Dois terrenos, duas fotos

Os meus terrenos sempre se situaram na mesma área geográfica (a ilha da Madeira) por várias razões. Uma delas prende-se com o fascínio em ‘exercer’ uma ‘Antropologia em casa’. Eu gosto de viajar em terrenos tão distantes e familiares em simultâneo.

Em ambos os terrenos e, no decurso do trabalho de campo, os registos visuais desempenharam um auxilio valioso no registo de momentos, espaços, culturas materiais, patrimónios, pessoas, etc. Perdi a conta às inúmeras fotografias tiradas quer entre 2004-2005 quer entre 2008-2010.

Foi-me solicitado no âmbito de uma Mostra Fotográfica a escolha de fotografias que de alguma forma fossem representativas dos meus terrenos. A escolha não foi fácil, pois de entre centenas há que fazer uma selecção criteriosa.
 Ficam aqui duas de cinco.

1) Há muitas histórias para contar sobre a mesma. Assim à primeira vista pode parecer algo desinteressante mas, e se eu vos disser que esta foto representa parte de uma longa narrativa associada à ‘Luta da Água’ que ocorreu na Madeira na década de 60. Que o canal mais largo pertence ao estado e que o canal mais pequeno foi construido por uma comissão de heréus (regantes) com o objectivo de transportar a sua água. Há tanto, tanto para contar…

 Imagem

2) A foto que se segue pertence ao meu 2º terreno situado na mesma área geográfica. Se antes a memória da água foi rainha, se analisei conflitos e práticas diárias de uma comunidade de regantes, no segundo momento debruçar-me-ia sobre a patrimonialização das levadas. Sobre isto há muito para falar. A tese de Doutoramento é apenas mais um exemplo.
(sobre a Foto: Levada do Rei, Madeira Walking Festival, janeiro de 2010).

Imagem

 

Deixe um comentário